segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A sorte de um amor tranquilo

Sempre fui fã do Cazuza, mas confesso que nunca entendi o que ele quis dizer com "eu quero a sorte de um amor tranquilo".
Meus amores sempre foram turbulentos, marcados pelo ciúme excessivo, por brigas que terminavam em beijo.
Sempre achei normal. Achava mesmo que o amor era isso.
E na verdade era. Pelo menos, eu amava verdadeiramente.
Com o tempo, aprendi que o amor da minha vida é algo totalmente meu.
Portanto, posso sim afirmar que AMEI DE VERDADE meu primeiro namorado, assim como amei mesmo um canalha aí...rs
O amor era o mesmo.
Por quê?
Porque era o meu amor dedicado à alguém.
Mas chega uma hora que o coração está tão frágil, tão debilitado, que acaba confundindo as coisas e acreditando que o problema é o amor.
Mas não é.
O problema em todos esses relacionamentos foi eu!
Eu que escolhi muito mal a quem dedicar meu amor.
Também deixei que pessoas incríveis se dedicassem a mim sem serem correspondidas.
Mas, enfim, a gente amadurece, graças a Deus!
E Deus como é Pai, dá outra oportunidade de fazermos algo certo.
Daí, cabe a você usar aquilo que aprendeu errando e aquilo que viu os outros errarem também.
De repente, seu coraçãozinho todo maltrapilho e machucado encontra um outro coração igualmente insensato.
Logo no primeiro encontro, vocês já sabem que não foi por acaso que se olharam...
Mas, depois de um tempo de convivência, julgam erroneamente não viverem um amor de fato.
Estão tão acostumados a brigas, a desordem, ao ciúme, a falta de cumplicidade, que acham impossível um casal se dar tão bem ao ponto de ouvir fatos do passado um do outro sem que isso doa.
Ainda não tinham aprendido que, amor real é aquele que acontece entre duas pessoas que se aceitam, inclusive os seus passados.
Resolvem se afastar. São imaturos demais para perceber a bobagem que estão cometendo. E seguem a vida sendo apenas amigos.
Ah! Mas a vida imita a arte, e como em qualquer boa história, há um desfecho de dor para que os dois amantes percebam o que é o amor.
A distância lhes é imposta, e agora sem tempo para se ver, para ligar, para conversar sobre amenidades, eles, então, percebem que aquilo que sentiam era amor.
Um amor tranquilo e que bastava.
Um amor cúmplice.
Um amor que acreditava.
Um amor que não tinha ciúmes, não porque não amavam, mas porque eles sabiam a quem pertenciam e não tinham do que duvidar.
Um amor forte, por isso, sobreviveu na amizade.
Só que mesmo sendo amigo, forte, confiável, cúmplice... ainda era amor e precisava da presença.
Foi aí que o destino resolveu reescrever.
Agora eles sabem o que sentem. Estão felizes por terem entendido o que Cazuza tanto queria.
Mas têm dois inimigos a vencer: A Saudade e o Tempo.
Só resta torcer… para que o tempo passe rápido e a saudade seja apenas passado.

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